Março Lilás: Mês da Conscientização e Combate ao Câncer de Colo de Útero

Março LilásA campanha Março Lilás tem como intuito conscientizar a população sobre a prevenção e no enfretamento do câncer de colo do útero, que ocupa a quarta causa de morte de mulheres.

Entendendo seu diagnóstico Os cânceres ginecológicos podem acometer vulva, vagina, colo do útero, corpo do útero (endométrio) e ovários.

O diagnóstico é baseado na história, no exame clínico e na análise anatomopatológica. 5 Para avalição completa, é necessário a realização de exames específicos, como ginecológicos, de sangue laboratoriais, ultrassonografia abdominal e pélvica, tomografias, ressonância magnética, PET-CT, colposcopia (exame do colo do útero), histeroscopia diagnóstica e videolaparoscopia, entre outros. A necessidade de cada um desses procedimentos e exames depende totalmente do quadro clínico e do tipo de tumor.

Câncer de Colo de Útero

O câncer do colo do útero é uma doença que pode ser diagnosticada e tratada em seus estágios iniciais, além de ser evitada com uso de preservativo e, mais recentemente, com vacina. A incidência desse câncer vem caindo acentuadamente nos países ricos. Há uma decada, a Austrália começou a vacinar suas crianças e já faz planos para a erradicação da doença. A principal causa do câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido principalmente pelo contato sexual. A incidência desse tipo de câncer é muito alta nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento e mais baixa nos países desenvolvidos, por causa do acesso regular a exames preventivos, como o Papanicolau, que detecta a doença précâncer. Nos países pobres e em desenvolvimento, porém, a procura e o acesso ao exame ainda são problemáticos, o que explica a alta incidência da doença.

O útero tem duas partes: o colo, a região mais baixa e estreita do útero, que liga à vagina, e o corpo, onde se desenvolvem os bebês. O câncer de colo do útero, também chamado câncer cervical, tem início no seu tecido de revestimento e se desenvolve lentamente, com algumas células normais que se tornam précancerosas e, mais tarde, cancerosas. Essas alterações recebem o nome de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e tendem a se desenvolver lentamente. Em algumas mulheres, elas desaparecem sem necessidade de tratamento, mas em outras o tratamento é necessário. Há dois tipos principais de câncer do colo do útero: os carcinomas de células escamosas, que representam entre 80% e 90% dos casos, e os adenocarcinomas, de 10% a 20% do total.

Fatores de risco e prevenção

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não significa que você vai ter câncer do colo do útero. Infecção por HPV: é o mais importante fator de risco. O HPV é uma família com cerca de 140 tipos de vírus, alguns causam verrugas genitais (condiloma) e outros câncer do colo do útero, os chamados HPVs de alto risco. Os HPVs são transmitidos sexualmente e o risco de infecção é maior em quem tem início precoce da vida sexual e mantém relações sexuais sem preservativo. Atualmente, não existe cura nem tratamento diretamente contra o HPV, mas, em geral, a infecção desaparece. O exame de papanicolau detecta alterações nas células provocadas pelo HPV e, embora não haja tratamento para a infecção, o crescimento celular anormal que o vírus ocasiona pode e deve ser tratado. Embora seja o mais importante fator de risco para o câncer do colo do útero, a maioria das mulheres infectadas não desenvolve a doença. O exame, que pode detectar as lesões pré-cancerosas causadas pelo HPV, consiste na análise microscópica de células do colo do útero obtidas por meio de uma leve raspagem. Depois dos 21 anos, todas as mulheres devem fazer o papanicolau anualmente. A partir dos 30 anos, podem fazê-lo a cada três anos, junto com o teste de DNA de HPV, se negativo. Mulheres expostas ao HIV ou com problemas no sistema imunológico devem fazer o exame anualmente. Mulheres com 65 anos ou mais que tiveram três ou mais testes normais em sequência (e nenhum resultado anormal em 10 anos) podem parar de fazer. Mulheres submetidas à histerectomia total (retirada do útero e colo do útero) por outro motivo que não o câncer ou a lesão pré-cancerosa também podem parar de fazer o exame. As submetidas à histerectomia parcial devem continuar com os exames de rotina. A vacina contra HPV deve ser aplicada em meninas e meninos antes do início da vida sexual e atualmente está disponível na rede pública e privada. A recomendação é vacinar meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos em duas doses (0 e 6 meses), respeitando o intervalo mínimo de seis meses entre elas. Há ainda a recomendação para vacinação em pessoas portadoras de HIV/ Aids e indivíduos submetidos a transplantes de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos, entre 9 e 26 anos de idade, sendo que nessa população o esquema vacinal consiste na administração de três doses (0, 2 e 6 meses). Há duas vacinas no mercado: uma é eficaz contra as versões 16 e 18 do vírus, que respondem por até 70% dos casos de câncer de útero; outra eficaz contra os tipos 16 e 18 e contra as variedades 6 e 11, sendo os dois últimos responsáveis por 80% dos casos de condiloma (verrugas genitais). Infecção por HIV: o vírus da Aids diminui as defesas do organismo e reduz a capacidade dele de combater o vírus e o câncer em seus estágios iniciais. Fumo: mulheres fumantes têm duas vezes mais risco de ter câncer do colo do útero do que aquelas que não fumam.

Processo de diagnóstico

A colposcopia permite examinar o colo do útero por meio de um aparelho chamado colposcópio, que se assemelha a um par de binóculos. Ele produz uma imagem ampliada, entre 10 a 40 vezes, que possibilita que o médico identifique lesões imperceptíveis a olho nu. O diagnóstico definitivo é feito por meio de biópsia, que é a retirada de uma amostra de tecido, que vai ser analisada ao microscópio para ver se nela há células cancerosas.

Sinais e sintomas

Em seus estágios iniciais, o câncer do colo do útero geralmente não apresenta sintomas, esses só aparecem nos casos mais avançados. Contudo, eles não significam necessariamente que a mulher tem câncer. Os sintomas, como os citados abaixo, podem indicar vários outros problemas, mas revelam que é preciso consultar um médico

• Secreção, corrimento ou sangramento vaginal incomum.

• Sangramento leve, fora do período menstrual.

• Sangramento ou dor após a relação sexual ou exame ginecológico.

Exames diagnósticos

A história clínica do paciente, o exame físico e o resultado da colposcopia são utilizados para diagnósticos. Com o colposcópio é possível examinar o trato genital inferior incluindo a vulva, a vagina, o epitélio do colo do útero e a parte do canal endocervical. É indicado realizar quando o colo está anormal ao exame, quando há queixa de sangramento após as relações sexuais ou presença de alterações ao exame de citologia (papanicolau). O colposcópio é um aparelho com lentes de aumento, o que permite a colposcopista visualizar lesões não observadas a olho nu. Com a paciente em posição ginecológica, é colocado o espéculo vaginal, popularmente conhecido como bico de pato. Após a visualização do colo com o colposcópio uma primeira vez, o ácido acético é o primeiro líquido colocado sobre o colo do útero e na vagina para corar as células e permitir que o médico veja melhor onde as células anormais estão localizadas e o tamanho de todas as áreas anormais. Quando essa solução é utilizada, a paciente pode sentir uma sensação de queimação ou ardência leve. 8 O tamanho, tipo e localização de células anormais vão ajudar a determinar qual área ou áreas precisam ser biopsiadas. Essa informação vai ainda determinar quão grave é a anormalidade e também ajudar a determinar qual o tratamento. Quando monitorada e tratada precocemente, as áreas pré-cancerosas geralmente não evoluem para o câncer cervical. Anestesia não é normalmente usada antes da biópsia do colo uterino ou das paredes vaginais porque a biópsia provoca apenas um leve desconforto ou cólica para a maioria das mulheres. Mas o limiar de dor de cada pessoa pode variar. Converse com seu médico sobre isso. Após essa visualização com ácido acético, em geral, é aplicado o lugol, substância à base de iodo, com a função de corar o colo do útero e as paredes vaginais para fornecer ainda mais informações. Pessoas com alergia a iodo devem informar ao médico para que essa parte do exame não seja realizada.

Cuide-se! O câncer pode ser prevenido!

 

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