04/03 – Dia Mundial da Obesidade
A obesidade é uma doença crônica, e muitas vezes silenciosa, em que fatores metabólicos, genéticos, sociais, psicológicos e ambientais estão envolvidos, e considerada a mais importante desordem nutricional nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, devido ao aumento da sua incidência.
No Brasil os dados também são crescentes e a obesidade tornou-se um problema de saúde pública.
O excesso de peso e a obesidade constituem o segundo fator de risco mais importante para doenças crônicas como desordens cardiovasculares, diabetes, câncer de cólon, diminuição dos anos de vida perdidos por incapacidades, além de estar relacionada a redução de produtividade, maiores taxas de absenteísmo, maiores custos de assistência médica.
A alimentação desequilibrada desde a infância é sem dúvida um fator importantíssimo pois já nessa fase a obesidade pode se instalar, sendo um espelho da alimentação e hábitos da família. A Sociedade Brasileira de Pediatria estima que 4 em cada 5 crianças obesas continuarão obesas quando adultas.
“A não organização e programação da rotina alimentar tem conduzido os brasileiros, cada vez mais e em apenas um clique, a pedir suas refeições por delivery certas de que optando por alimentos saudáveis estão fazendo uma boa escolha. Porém todo alimento preparado em grande escala precisa de adição de gordura, temperos e condimentos para aumentar o sabor. E esse é um dos perigos que levam ao sobrepeso e consequentemente à obesidade”, comenta Marcelly Talita Santos, nutricionista da Nsure Consultoria.
Apesar da relevância, o tema ainda é pouco abordado no planejamento das ações e programas no ambiente corporativo. Em geral, há atividades pontuais como palestras, ações educativas por exemplo. São poucas as ações para reduzir o ambiente que favorece a obesidade, como os cardápios pouco saudáveis dos coffee breaks ou dos refeitórios, reuniões extensas em que as pessoas ficam horas sentadas e inativas com snacks à disposição e as máquinas de venda automática repletas de “junk food”.
Aqui destaca-se a importância do médico do trabalho (caso a empresa possua um) pois a realização dos exames periódicos de saúde pode ser, também, um importante momento para diagnosticar o risco à obesidade antes que a doença se instale.
Está claro que há muito a fazer, incluindo restringir a comercialização de alimentos e bebidas com alto teor de gorduras, açúcar e sal para crianças; tributar bebidas açucaradas e proporcionar melhor acesso a alimentos saudáveis; abrir espaço para caminhadas, ciclismo e recreação seguros nas cidades além de ações educativas, acesso a tratamento e atenção para que ambientes de trabalho que estimulem hábitos saudáveis e estratégias que evitem a estigmatização e a discriminação das pessoas obesas.
Para saber mais sobre o assunto, um recurso importante com ótimo conteúdo é o Manual de Diretrizes Para o Enfrentamento da Obesidade recentemente publicado pela ANS que está disponível em http://www.ans.gov.br/images/final_obesidade_26_12.pdf.
FONTES:
AGÊNCIA FAPESP – Karina Toledo
Risco de COVID-19 grave é alto em obesos a despeito de idade, sexo, etnia e doenças associadas – https://agencia.fapesp.br/risco-de-covid-19-grave-e-alto-em-obesos-a-despeito-de-idade-sexo-etnia-e-doencas-associadas/34049/
MINISTÉRIO DA SAÚDE – Secretaria de Atenção à Saúde – Departamento de Atenção Básica
GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR
MANUAL DE DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DA OBESIDADE NA SAÚDE SUPLEMENTAR BRASILEIRA
http://www.ans.gov.br/images/final_obesidade_26_12.pdf
NOTÍCIAS DE SAÚDE –OBESIDADE – Revisão médica: Dr. Paulo Rosenbaum
https://www.einstein.br/doencas-sintomas/obesidade
Ciência & Saúde Coletiva
Obesidade: uma perspectiva plural
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000100024