DIA NACIONAL DE COMBATE ÀS DROGAS E AO ALCOOLISMO 2021
Impactos do uso de álcool e outras drogas sob a ótica do ambiente de trabalho
É possível abandonar o vício?
20 de fevereiro é destacado pelo Ministério da Saúde como o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo. Esse destaque fortalece a importância de debater esse tema tão relevante, já que quase 5 milhões de brasileiros apresentam critérios para dependência de algum tipo de droga segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas (como álcool, medicamentos, e cigarro por exemplo) ou ilícitas (como cocaína, maconha e crack) é uma doença e também um problema de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos.
Segundo o Ministério da Previdência, em 12 anos, mais de 440 mil brasileiros se afastaram do emprego por causa do álcool e outras drogas.
“Há tolerância com o consumo de álcool no país, uma postura de aceitação, uma naturalização do beber, incorporado à nossa cultura” (antropólogo Mauricio Fiore, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos)
São vários os estudos que apontam o uso de álcool e drogas associados a alterações cognitivas devidas ao consumo frequente e intenso, levando a diminuição importante de produtividade.
A Pesquisa Nacional sobre o Uso do Crack, coordenada por Francisco Inácio Bastos (Lis/Icict) e realizada em 2012, detectou que há um consumo altíssimo de duas drogas lícitas, concomitante ao consumo do crack: o álcool (77,07%) e o tabaco (85,06%). Bastos atribui isto “à imensa disponibilidade e baixo custo do álcool”. Ele explica que “a princípio, toda e qualquer droga se sobrepõe ao álcool, que é uma espécie de ‘droga de fundo’ de todas as demais.”
Prevenção e tratamento
Muitos consumidores de drogas e álcool não aderem aos tratamentos oferecidos por entes particulares ou públicos e empresas. Outros sequer procuram tais serviços, pois não se sentem acolhidos em suas diferenças ou mesmo porque não se reconhecem dependentes. Assim, o nível de adesão ao tratamento ou a práticas preventivas e de promoção de saúde é muito baixo.
É um trabalho árduo convencer alguém a deixar algo que lhe traz prazer (mesmo que imediato, é esse o papel dessas substâncias).
Apesar disso, as ações preventivas voltadas à educação, informação e a promoção de hábitos saudáveis são fundamentais. Também é importante o reconhecimento do importante papel da Atenção Primária em Saúde e da comunidade e família na identificação de pessoas que enfrentam problemas devido ao abuso de drogas e álcool, assim como os reflexos na saúde dos familiares.
Segundo Paulo Bonfim, Engenheiro de Segurança do Trabalho/SSMA da Nsure Consultoria, “o número de empresas que desenvolvem qualquer atividade relacionada à prevenção e ao tratamento ao uso abusivo de drogas ainda é pequeno. É fundamental intervir na cultura institucional a fim de promover mudanças significativas, levando em conta os aspectos que predispõem ao uso/abuso de drogas, advindos das relações de trabalho e também como uma opção pessoal.”
Quem necessita de tratamento no SUS deve procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (CAPS AD). O atendimento conta com equipes multiprofissionais compostas por médico psiquiatra, clínico geral, psicólogos, dentre outros
Grupos de ajuda aos dependentes também fazem um ótimo trabalho como o A.A. (Alcoólicos Anônimos) e o N.A. (Narcóticos Anônimos). Para os familiares há os grupos AL-ANOM e NAR-ANOM.
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Fontes:
Álcool: números preocupam profissionais de saúde pública
Por Graça Portela – Icict/Fiocruz
http://dssbr.org/site/2016/12/alcool-numeros-preocupam-profissionais-de-saude-publica/
Combate as drogas e ao alcoolismo
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE
Dia nacional de combate as drogas e alcoolismo
https://www.sbmfc.org.br/noticias/dia-nacional-de-combate-as-drogas-e-alcoolismo-20-de-fevereiro/
